Um projecto de arquitectura acaba por ser, quando concluido, o início ou a continuação de uma história, o reflexo dos sonhos ou desejos de alguém. Por vezes não nos lembramos que o projecto em si pode também ser parte da história de alguém, neste caso o arquitecto que, envolvendo-se no projecto tem por ele um carinho especial e o vai acompanhando, sendo uma obra sua… Foi assim com o arquitecto Pedro Quintela. Conheça melhor este incrível projecto de recuperação em que o arquitecto se ligou emotivamente à sua obra e o resultado, está à vista…
O Arquitecto tinha uma paixão e entusiasmo em relação ao restauro de ruínas. A herdade Valmonte era exactamente isso quando ele chegou ao local. Um edifício antigo em ruínas, perfeito para receber uma nova ideia, um novo destino, um novo projecto.
O arquitecto acompanhou a sua obra com as mãos na massa e até os esquissos eram desenhados em obra. Segundo o próprio, Borba (o local) foi um projecto vivo, crescia ao lado da equipa. Pensava-se, desenhava-se, discutiam-se as ideias e concretizava-se. Era ele o arquitecto da obra e não um patrão.
Um processo de projecto e de obra tão próximo do próprio criador tinha de resultar numa grande obra. Esta é a Herdade de Valmonte como a encontrará agora: um volume marcante, bonito, algo clássico, e integrado na paisagem.
Nas belas paisagens do campo, com um verde fantástico ao seu redor surge este volume branco que se inspira no passado e que nos inspira enquanto observadores.
A habitação tem uma relação muito próxima com a paisagem em redor mas ainda assim beneficia de um jardim, um espaço com árvores de fruto e outras espécies que embelezam o espaço como os ciprestes. Ainda no jardim vemos um espaço relvado relativamente amplo acompanhado de um elemento de agua muito bonito com as margens em pedra. Provavelmente mais um elemento que constitui uma memória dos tempos anteriores desta propriedade.
Associado ao volume principal, de três andares existe um outro mais baixo que se desenvolve sobretudo na longitudinal. Vários elementos tornam este espaço rústico e evocam a memória do passado deste lugar. Sejam as pedras que dão acesso a esta garagem, o portão em madeira ou simplesmente a configuração do edifício. Algumas plantas tornam o percurso mais agradável e enquadrado, como o cacto em primeiro plano.
Não só frondosas árvores rodeiam este edifício, também um generoso terreno agrícola com o seu típico ritmo de plantação embeleza as vistas a partir do volume. Um convívio muito interessante entre habitação e paisagem.
Aproximando-nos dos pormenores que compõem este espaço, vemos cantinhos tão especiais e a uma escala humana como este: uma entrada muito simpática onde pedra e madeira nos evocam um outro tempo e a própria localidade.
O hall tem características muito tradicionais e interessantes, como o chão de pedra, a porta de madeira ou o próprio telhado. Repare que daqui se tem também acesso ao andar superior.
Passeando pelo jardim são encontrados pontos de vista como este. Uma passagem muito interessante e algo tradicional onde o ritmo das colunas e da vinha que faz como um tecto cria uma perspectiva muito interessante. Um espaço muito especial.
Nos interiores o estilo é muito semelhante ao exterior, espaços modernos com particularidades tradicionais e singulares. Esta sala tem um pé direito alto e e um espaço amplo e agradável. Não falha o conforto moderno, o que é evidente pelos amplos e confortáveis sofás que vemos na imagem. Conheça outras salas de estar aqui.
O espaço de refeições é como um pequeno e confortável restaurante. Onde não falta iluminação e o mobiliário é moderno e elegante.
Por fim o arquitecto ficou plenamente satisfeito com a sua obra. O resultado está à vista e é magnifico, basta ver esta imagem que mostra uma visão de conjunto, o volume e a envolvente. Conheça outros projectos de reconstrução aqui.