Estamos em Lisboa, por volta do século XVI, mais propriamente no ano de 1578. Esta é a data à qual nos remonta o edifício, que hoje lhe iremos mostrar. Um palácio onde habitou o cardeal D.Henrique que depois viria a ser Rei de Portugal, e também onde mais tarde, no ano de 1640 , se reuniram os conjurados para restabelecer a independência de Portugal ao reino de Espanha.
Os anos passaram e hoje em dia este edifício histórico foi recuperado e desempenha funções habitacionais. Situado numa das zonas mais carismáticas da cidade de Lisboa, no Chiado, este é sem dúvida um lugar especial pela sua história e não só! O edifício possui características pombalinas de grande qualidade e estética arquitectónica, neste sentido o trabalho dos arquitectos que efectuaram a sua reabilitação foi de grande cuidado e responsabilidade.
O projecto de reabilitação ficou a cargo do atelier Opera | Design Matters.Venha descobrir mais sobre este fantástico lugar!
Da mesma forma que não é possível conhecer Portugal sem conhecer Lisboa, também não é possível conhecer Lisboa sem conhecer o bairro do Chiado.
A história de Lisboa está presente nos edifícios e geografia do bairro que se localiza numa das Sete Colinas da cidade. Ponto de encontro entre a cultura e a Arte, este é sem dúvida um dos lugares mais privilegiados da cidade de Lisboa.
É aqui que o edifício remanescente marca a sua presença, num dos locais mais centrais da cidade, perto dos armazéns do Chiado e da Faculdade de Belas-Artes, onde antigamente também se estudava Arquitectura.
A entrada é feita através de um magnífico portão de ferro forjado, tipicamente português.
O objectivo deste conjunto edificado é recuperar o uso original que o edifício serviu: habitacional. Aproveitando a qualidade extrema adjacente a este edifício, nomeadamente os atributos arquitectónicos históricos (também da zona onde se inserem), este projecto de reabilitação partiu de uma vontade comum de contribuir para a recuperação das potencialidades vivenciais e urbanas adjacentes a este bairro histórico.
Ao passarmos o portão, é possível verificarmos que, devido ao facto dos pisos térreos não possuírem características favoráveis à criação de habitações, estes destinam-se apenas a serviços.
Ao estarem em contacto com a via pública, estes locais favorecem assim, a criação de pontos de comércio ou serviços que possam melhorar a vida dos seus habitantes.
O desenho das novas janelas foi um passo extremamente cuidado, pensando sempre na sua integração com os edifícios envolventes e com a linguagem do local onde se insere.
Arcos e arcadas foram mantidos com o objectivo de tornar perceptível que se trata de um lugar histórico.
Sendo este um edifício com tantos anos de existência, é natural que o tipo de espaços existentes já não se adequem, de alguma forma, às exigências impostas pela modernidade. Foi neste sentido que se assumiu a relevância de encontrar um modelo padronizado que permitiu conservar as características mais importantes do edifício, adaptando os locais para novos usos e serviços que, de algum modo, permitem receber um estilo de vida moderno e sofisticado.
É no interior do edifício que as suas características mais raras se destacam nomeadamente nos acabamentos e pormenores típicos da arquitectura portuguesa, com materiais nobres e de referência tradicionalmente lisboetas como a pedra de liós, estuques, caixilharias e pormenores em madeira e claro, as grandes portas de entrada.
No hall de entrada é uma grande e luxuoso candelabro que marca a diferença e serve também um propósito de iluminação.
Tão depressa nos sentimos num local nostálgico e passado como rapidamente percebemos que afinal este é um espaço moderno, com designs únicos e formas distintas.
Neste espaço o personagem principal é a pedra de liós, que constrói sobre si mesma perspectivas dinâmicas e enquadramentos visuais únicos!
A iluminação colocada subtilmente, também desenha no espaço, faixas de luz que compõem simetrias geométricas.
Nos corredores de acesso às tipologias habitacionais, o ambiente é bastante acolhedor. Mantendo a pedra de liós no pavimento, estabelece-se uma linguagem comum e formal que constrói infinitas pontes com as outras partes integrantes do projecto.
O revestimento em madeira simula a criação de um ambiente minimalista, por procurar camuflar os elementos construtivos e de passagem, como as portas de entrada.
Sente-se atraído por este tipo de soluções? Então verifique neste livro de ideias 5 fantásticas ideias para utilizar a madeira!
Esta é uma perspectiva interior do fosso tipo pátio interior através do qual, algumas tipologias buscam resgatar alguma iluminação natural.
Situado a dois passos do rio e do céu, o bairro do Chiado tem vindo a constituir-se enquanto um dos principais pontos de interesse na cidade de Lisboa.
Nesta imagem é possível observamos a relação do antigo palácio com o rio Tejo. A sensação é de grande proximidade. À medida que vamos subido os pisos do edifício, mais próximos nos sentimos do rio. A vista é deslumbrante e esse é sem dúvida, um dos aspectos que tornam este lugar num verdadeiro sonho!
As fachadas foram cuidadosamente pensadas de forma a reduzir o impacto visual na rua pedonal. Também a utilização de um revestimento cerâmico na cobertura, enquadra este edifício nos telhados envolventes, proporcionando assim uma união forte com o lugar em que se insere.