Cores Quentes e Frias: Um Guia em 6 Passos para Compreender a Ciência da Cor

Sílvia Cardoso – homify Sílvia Cardoso – homify
Casa das Estantes, blaanc blaanc Phòng khách
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Quem trabalha na área do design – de interiores e não só – sabe que conhecer as cores é uma condição sine qua non. A escolha das cores para os projectos de interiores que, todos os dias, lhe apresentamos na homify não é resultado da sorte ou apenas do instinto. Bons projectos não nascem de escolhas aleatórias, mas sim do conhecimento e experiência. As cores têm, além disso, muita influência no nosso estado de espírito. Influenciam o nosso estado de espírito, evocam emoções, transportam-nos para locais distantes, transmitem-nos serenidade ou, pelo contrário, energia, e assim por diante. Conhecê-las e perceber como funcionam e fundamental para criarmos ambientes equilibrados e que vão ao encontro da nossa estética. Lembre-se que decorar implica um investimento e, como tal, um compromisso, daí a importância de nos inteirarmos o mais possível sobre todos os aspectos inerentes ao processo. Hoje, o nosso artigo é dedicado a cores frias e quentes, os dois grupos principais e o ponto de partida para navegarmos o mundo cromático. Mais do que conhecer o nome de cores, importa entender como jogar com elas. Venha saber tudo.

1 – Há cores quentes e frias

Como referimos na introdução, a paleta está essencialmente dividida entre dois grupos de cores: as cores frias e as cores quentes. Estas definições explicam-se a elas próprias. Os vermelhos, os laranjas, os amarelos e os tons creme e bege pertencem ao grupo das cores quentes e os azuis, verdes e cinzentos fazem parte do grupo das cores frias. Na roda de cores (é possível que a tenha aprendido na escola), as cores quentes estão de um lado e as cores frias do outro. Ao centro, ou seja, na zona onde se encontram, há tons que podemos designar como tons híbridos (como o verde ou o roxo) que podem ser mais quentes ou mais frios consoante a mistura que os forma. O verde lima, por exemplo, tem muito amarelo nele, por isso, define-se como quente.

2 – Cores quentes

Debrucemo-nos sobre estes dois grupos individualmente. Quais são as cores quentes? As cores quentes são o vermelho, o laranja, o amarelo e as combinações destas cores e das cores com elas parecidas. Como o próprio nome sugere, são cores que nos fazem pensar em coisas quentes como a luz do sol e um dia de Verão! Visualmente, as cores quentes parecem estar mais perto de nós e é por isso que são tão usadas para fazer com que espaços mais amplos pareçam mais aconchegantes. Se tiver, por exemplo, um quarto muito grande que não sinta que seja necessariamente acolhedor, uma boa solução é pintar-lhe as paredes de um tom quente como o caramelo ou terracota.

2.1. – Onde usar cores quentes?

Os vermelhos, amarelos, laranjas e todas as cores quentes transmitem aconchego e estimulam as nossas emoções que anseiam por calor. Não é por acaso que grandes marcas, como a Coca Cola, usam o vermelho e outras cores quentes nos logos. Aliás, na sociedade de consumo, o vermelho é a cor mais encontrada. Assim sendo, as cores quentes adequam-se especialmente aos espaços sociais da casa como a sala de estar e de jantar e a cozinha, por serem cores que estimulam e encorajam uma boa dinâmica de socialização e de convívio. Nos ambientes onde está com a sua família, onde recebe os seus convidados, onde cozinha e onde os seus filhos brincam e estudam, as cores quentes são uma boa escolha! Num espaço grande e bem iluminado, pode começar por pintar as paredes com tons neutros quentes como, por exemplo, o taupe, num tom quente de branco ou numa tonalidade de marfim com um subtom mais amarelado. Lembramos que, nas lojas de tintas, pode consultar uma lista de cores, rodas de cores e catálogos e pedir amostras antes de pintar as paredes por completo.

3 – Cores frias

No grupo das cores frias estão o azul, o verde e o roxo claro. Ao passo que as cores quentes nos lembram o sol e o calor, as cores frias lembram-nos o céu, a água em todas as suas formas e a neve. Contrariamente às cores quentes, as cores frias acalmam e tranquilizam, porventura por nos remeterem para a “infinitude” do oceano e da linha do horizonte. As cores frias são utilizadas com frequência em espaços pequenos aos quais se pretenda atribuir uma maior sensação de amplitude. Se tem um quarto pequeno, por exemplo, pode experimentar pintá-lo com um delicado tom de azul para que este pareça maior e mais luminoso.

3.1. – Onde usar as cores frias?

O lado azul da roda de cores, a par com os castanhos e cinzas frios, têm o poder de serenar as nossas emoções e focar os nossos pensamentos. Se o nosso coração pede calor, o nosso cérebro pede ordem para que nos consigamos focar, daí os tons de azul serem os mais populares no mundo dos negócios, estando presentes em alguns dos logos mais conhecidos como o da IMB ou o da Apple. Além disso, também os vemos nos uniformes policiais e nas camisas utilizadas por profissionais da área. Nada é por acaso! Curiosidades à parte, podemos, assim, afirmar que os tons frios são ideais para espaços onde pretendamos criar uma atmosfera propícia à concentração, que nos proporcione tranquilidade e onde a privacidade seja uma preocupação. Entre esses espaços, estão o escritório, a casa de banho e os quartos de bebé. E em relação aos quartos? Ora, os quartos podem saltitar entre os dois mundos – cores quentes e frias -, mas, tendencialmente, beneficiam mais de cores que promovam a calma e um repouso adequado.

4 – Cores neutras

Cores quentes, frias e neutras. Onde ficam estas últimas? Na verdade, ficam em todo o lado e não é por acaso que são tendência. São cores flexíveis que combinam bem com tons quentes e frios e que funcionam em todas as divisões da casa e em todas as situações. Um tom neutro dificilmente funciona bem sozinho, mas os tons neutros, quando combinados, podem criar espaços verdadeiramente sofisticados, bonitos e entusiasmantes, sendo a base perfeita para qualquer projecto de decoração. Além disso, pode enriquecer o espaço com texturas (explore a riqueza dos materiais como o linho ou o veludo e use a madeira e a iluminação para aquecer o ambiente) e com apontamentos contrastantes.

(continua na imagem em baixo)

Um bom truque é seguir a regra 80/20 que consiste numa utilização de 80% de cores claras e 20% de cores fortes. Parece um rácio desequilibrado, mas acredite que uma porção de cor, por pequena que seja, pode produzir um efeito espectacular num espaço.

5 – Preto e branco

O preto e o branco não contam necessariamente como cores, mas têm propriedades quentes e frias, respectivamente. Numa casa situada numa região quente, por exemplo, o branco será uma boa opção para arrefecer os ambientes e o contrário também se aplica. Em Portugal, onde o clima é temperado, se pintar um espaço inteiramente de branco, é oportuno usar outras cores e elementos quentes para o tornar fisicamente confortável.

Esta lógica também se aplica às restantes cores. Se vive num local quente, será preferível decorar com uma paleta dominada por cores frias. Por outro lado, se precisa de mais calor e aconchego, as cores quentes poderão ajuda-lo nesse sentido. Mas não nos esqueçamos da luz! A forma como a cor “reage” quando exposta a luz natural é o mais importante. As cores claras reflectem mais a luz do que as cores escuras, por isso, se ambiciona iluminar um ambiente com pouca luz, escolha cores que a reflictam e se pretender mitigar o efeito da luz num quarto que a recebe em generosos fluxos, escolha cores mais escuras, sejam elas frias ou quentes.

6 – Última nota: cores primárias, secundárias e terciárias

Terminamos o nosso artigo com mais uma noção que nos parece importante. Existem apenas duas cores puras (as cores primárias) que são o vermelho, o azul e o amarelo. As cores secundárias são aquelas que se formam a partir da junção das cores primárias. É o caso do laranja ou do verde. Já as cores terciárias nascem da mistura de uma cor primária com uma secundária (vermelho alaranjado, por exemplo).

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